As travessuras pela América do Sul continuarão neste sábado, em Belfast. Estou ansiosa para levar um pouco desse caos para o outro lado do Atlântico durante as seis semanas da THE LIFETIMES TOUR 🧡♾️.

No verão de 2013, este capítulo da obra de Perry e Martin era tão onipresente que parecia fazer parte da paisagem. ‘Roar’ foi a resposta de Katy Perry aos críticos que duvidavam que ela superaria a sequência de sucessos de ‘Teenage Dream’. Construída por Max Martin sobre uma batida deliberadamente sóbria de pisadas e palmas, os versos ecoam sob a voz de Perry. É como se a música abrisse sua própria pista, guardando energia para o clímax do pré-refrão — ‘I got the eye of the tiger’ — antes da decolagem. Ela anunciou que tinha vindo para ficar. Martin garantiu que o mundo entendesse a mensagem.

Martin criou esta faixa de disco frenética com Dr. Luke e Benny Blanco, empilhando guitarras e sintetizadores sobre uma batida eletrônica arrasadora, enquanto a música avança em direção a um dos refrões mais hínicos do cânone de Martin. Era a faixa exagerada perfeita para a performance vocal supercarregada de Perry, que começa com: ‘Você muda de ideia como uma garota troca de roupa / É, você tem TPM como uma pesta, e eu sei bem’. Promovida com um videoclipe selvagem de uma noiva surtada, tornou-se um dos hits mais divertidos de Perry e um enorme sucesso mundial.

‘Teenage Dream’ foi lançado justamente quando os Estados Unidos começavam a emergir da Grande Recessão de 2008. E, como uma declaração de independência daquele período sombrio, essa colaboração entre Martin e Perry era exatamente o remédio que o médico receitou — supondo que a receita envolvesse um filme adolescente dos anos 80 enlouquecido.

Com uma sequência de cenas de natação nua, cartões de crédito estourados, ménages ousadas, muito álcool e um solo de saxofene estridente, ‘Last Friday Night (T.G.I.F.)’ poderia ter sido insuportável. No entanto, gragado ao ouvido infalível de Martin para um hook e ao ritmo irrefreável da música — que lembra uma mola de colchão saltitante —, a canção é simplesmente cativante.

Muita música pop e soul clássica já conseguiu conjurar a sensação de encontrar um grande amor mais tarde na vida; ‘At Last’, de Etta James, vem à mente, entre muitas outras. Mas poucas canções capturam de forma tão visceral a intensidade desse turbilhão quanto esta colaboração entre Perry e Martin. Enquanto Perry canta de forma ofegante sobre quartos de motel e jeans bem justos, a batida de Martin (que também conta com a contribuição de nomes como Benny Blanco) arrasta o ouvinte em seu fluxo musical avassalador. É um canto da sereia para o amor em qualquer idade.