Sinto-me como uma semente no meio do inverno, sabendo que a primavera se aproxima. O broto romperá a casca e a vida que ainda dorme em mim haverá de subir para a superfície, quando for chamada. O silêncio é doloroso, mas é no silêncio que as coisas tomam forma, e existe momentos em nossas vidas que tudo que devemos fazer é esperar. Dentro de cada um, no mais profundo no ser, está uma força que vê e escuta aquilo que não podemos ainda perceber. Tudo o que somos hoje nasceu daquele silêncio de ontem. Somos muito mais capazes do que pensamos. Há momentos em que a única maneira de aprender é não tomar qualquer iniciativa, não fazer nada. Porque, mesmo nos momentos de total inação, esta nossa parte secreta está trabalhando e aprendendo. Quando o conhecimento oculto na alma se manifesta, ficamos surpresos conosco mesmos, e nossos pensamentos de inverno se transformam em flores, que cantam canções nunca antes sonhadas. A vida sempre nos dará mais do que achamos que merecemos.
Khalil Gibran
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Trecho de uma carta escrita por Gibran ao seu grande amor Mary Haskell uma americana 10 anos mais velha que ele: Nunca se casaram.
Nós dois estamos procurando tocar os limites da nossa existência. Os grande poetas do passado sempre entregavam-se à Vida. Eles não procuravam uma coisa determinada, nem tentavam desvendar segredos: simplesmente permitiam que suas almas fossem arrebatadas pelas emoções. As pessoas estão sempre buscando segurança, e às vezes conseguem: mas a segurança é um fim em si, e a Vida não tem fim.
Sua carta, Mary, é a mais bela expressão de vida que já recebi. Poetas não são aqueles que escrevem poesia, mas todos os que tem o coração cheio do espírito sagrado do Amor.
Nós dois estamos procurando tocar os limites da nossa existência. Os grande poetas do passado sempre entregavam-se à Vida. Eles não procuravam uma coisa determinada, nem tentavam desvendar segredos: simplesmente permitiam que suas almas fossem arrebatadas pelas emoções. As pessoas estão sempre buscando segurança, e às vezes conseguem: mas a segurança é um fim em si, e a Vida não tem fim.
Sua carta, Mary, é a mais bela expressão de vida que já recebi. Poetas não são aqueles que escrevem poesia, mas todos os que tem o coração cheio do espírito sagrado do Amor.
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No livro Jesus o filho do homem, Gibran reconstrói a história de Jesus apartir de depoimentos de pessoas que cruzaram com o Cristo, desde o cobrador de impostos, até o comerciante que Jesus fez uma porta quando era criança e ajudava seu pai José o Carpinteiro... Segue um trecho:
"E Jesus, esse homem que revelou Deus como uma fonte de alegria, eles O torturaram, depois O mataram. As pessoas não ficam felizes com um deus feliz. Conhecem apenas os deuses de suas dores. Mesmo os amigos e discípulos de Jesus, que conheciam sua jovialidade e ouviam seu riso, fazem uma imagem de seu sofrimento e adoram essa imagem. E em tal adoração, eles não se elevam à sua divindade, mas a trazem para baixo e para eles [...] É estranho que a dor do homem seja transformada num rito" (De um romano para um grego).
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@KalilGibran
"E Jesus, esse homem que revelou Deus como uma fonte de alegria, eles O torturaram, depois O mataram. As pessoas não ficam felizes com um deus feliz. Conhecem apenas os deuses de suas dores. Mesmo os amigos e discípulos de Jesus, que conheciam sua jovialidade e ouviam seu riso, fazem uma imagem de seu sofrimento e adoram essa imagem. E em tal adoração, eles não se elevam à sua divindade, mas a trazem para baixo e para eles [...] É estranho que a dor do homem seja transformada num rito" (De um romano para um grego).
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@KalilGibran
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"A melancolia uniu nossas duas almas com um laço comum. Cada um de nós via no rosto do outro o que sentia no seu próprio coração, e ouvia na voz do outro os ecos dos seus próprios segredos. Como se os deuses tivessem feito de cada um de nós a metade do outro, sentíamo-nos realizados quando nos reuníamos e perdidos quando nos separávamos. A alma triste e sofredora sente conforto quando encontra uma alma irmã, como o exilado sente conforto ao encontrar outro exilado. Os corações que as tristezas unem permanecem unidos para sempre. O laço da tristeza é mais forte que o laço da alegria. E o amor que as lágrimas lavam torna-se eternamente puro e belo."
Khalil Gibran, em Asas Partidas.
Ilustração: Odyr Bernardi.
@KalilGibran
Khalil Gibran, em Asas Partidas.
Ilustração: Odyr Bernardi.
@KalilGibran
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"A Vida pode ser, de fato,
escuridão se não houver vontade,
mas a vontade é cega se não houver sabedoria,
a sabedoria é vã se não houver trabalho
e o trabalho é vazio se não houver amor."
@kalilGibran
escuridão se não houver vontade,
mas a vontade é cega se não houver sabedoria,
a sabedoria é vã se não houver trabalho
e o trabalho é vazio se não houver amor."
@kalilGibran
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Então Almitra falou novamente e disse:
E quanto ao casamento, Mestre?
E ele respondeu, dizendo:
Nascestes juntos, e juntos ficareis para sempre.
Estareis juntos quando as asas brancas da morte acabarem com os vossos dias.
Ah, estareis juntos mesmo na memória silenciosa de Deus.
Mas que haja espaços na vossa união e que os ventos celestiais possam dançar entre vós.
Amai-vos um ao outro, mas não façais do amor uma prisão; deixai antes que seja um mar ondulante entre as margens das vossas almas.
Enchei a taça um do outro mas não bebais de uma só taça.
Parti o vosso pão ao meio mas não comais do mesmo pão.
Cantai e dançai juntos, mas deixai que cada um de vós fique sozinho.
Como as cordas de uma lira estão sozinhas embora vibrem ao som da mesma música.
Entregai os vossos corações mas não ao cuidado um do outro.
Pois só a mão da Vida pode conter os vossos corações.
E ficai juntos mas não demasiado juntos:
Pois os pilares do templo estão afastados, e o carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro.
@KalilGibran
E quanto ao casamento, Mestre?
E ele respondeu, dizendo:
Nascestes juntos, e juntos ficareis para sempre.
Estareis juntos quando as asas brancas da morte acabarem com os vossos dias.
Ah, estareis juntos mesmo na memória silenciosa de Deus.
Mas que haja espaços na vossa união e que os ventos celestiais possam dançar entre vós.
Amai-vos um ao outro, mas não façais do amor uma prisão; deixai antes que seja um mar ondulante entre as margens das vossas almas.
Enchei a taça um do outro mas não bebais de uma só taça.
Parti o vosso pão ao meio mas não comais do mesmo pão.
Cantai e dançai juntos, mas deixai que cada um de vós fique sozinho.
Como as cordas de uma lira estão sozinhas embora vibrem ao som da mesma música.
Entregai os vossos corações mas não ao cuidado um do outro.
Pois só a mão da Vida pode conter os vossos corações.
E ficai juntos mas não demasiado juntos:
Pois os pilares do templo estão afastados, e o carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro.
@KalilGibran
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No amor, fiquem juntos, mas não tão juntos, pois os pilares do templo ficam bastantes afastados e o carvalho e o cipreste não crescem um na sombra do outro.
Kahlil Gibran
@KalilGibran
Kahlil Gibran
@KalilGibran
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...Ide para os vossos campos e jardins e aprendereis que o prazer da abelha consiste em retirar o mel da flor.Mas também a flor tem prazer em dar o seu mel à abelha.Pois para a abelha a flor é uma fonte de vida. E para a flor a abelha é mensageira de amor.E, para ambas, abelha e flor, o dar e o receber de prazer é uma necessidade e um êxtase.
( Frases e Pensamentos de KAHLIL GIBRAN)🐝
@KalilGibran
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@KalilGibran
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A Visão - Khalil Gibran
Caminhava eu e a minha mocidade, chegamos num campo longínquo de arvores frondosas, mas defolhadas - Perguntei a minha mocidade: Onde estamos? Por acaso seria esse o campo das admirações? Vamos embora pq a solidão desse lugar enche min'alma de medo e entristecem o meu semblante.
Respondeu-me: - "Espera, da admiração nasce a sabedoria."
Olhei e vi uma fada que se aproximou de nós, como uma sombra.
-Quem é esta?
-"Essa é Melpomenee a filha de Zeus e a deusa da Tragédia."
-"O que quer de mim a tristeza, estando tu comigo óh mocidade alegre?"
-"Veio para te mostrar a terra e suas tristezas, pq quem nunca viu as tristezas, não reconhecerá as alegrias."
Deitou a fada suas mãos em meus ombros e quando levantou-as estava separado de minha mocidade e nu das vestes da matéria.
-Onde está a minha mocidade, ó filha dos deuses? Interroguei-a.
Não me respondeu, porém colheu-me em suas asas e voou para uma elevada montanha.
De lá vi a terra e tudo que nela continha, estendido na minha frente como uma folha de jornal e os segredos de seus habitantes visíveis como linhas traçadas.
Parei envergonhado ao lado da fada, observando os segredos dos homens e decifrando os prospectos da vida.
Vi e desejaria não ter visto...
* Vi anjos da felicidade em guerra com Lúcifer da desgraça, e o homem entre eles em meditação, pendendo uma vez para esperança e outras para o desespero.
* Vi o Amor e o Ódio brincarem com o coração humano, o amor encobrindo os defeitos e o ódio cegando a verdade.
* Vi a cidade sentada, como a filha do plebeu e agarrada à capa do homem - após vi a natureza parada de longe chorando.
* Vi os eclesiásticos raivosos como raposas, os Messias mentirosos seduzirem almas, o homem gritar pedindo socorro à sapiência e ela, enraivecida, desdenhar dele, porque ele não quis ouvi-la quando em segredo ela o chamou.
* Vi noviços dirigirem repetidamente olhares para o céu, e seus corações enterrados no túmulo das ambições.
* Vi jovens gracejarem nas linguagens, e se aproximarem esperançosos dos desejos sensuais, longe estando das suas divinizações e suas sensibilidades ainda dormiam.
* Vi homens da lei negociarem a conversação no mercado da hipocrisia, e os médicos brincarem com a vida dos simples e confiantes.
* Vi o ignorante narrar o intelectual erguendo seu passado ao trono da glória, elogiar o seu presente, e eleger para o seu futuro o leito da pujança.
* Vi os pobres e humildes plantarem, - os ricos e fortes ceifarem e comerem, e a JUSTIÇA imóvel, e povo aclamar " A LEI".
*Vi os gatunos das trevas roubarem os tesouros intelectuais, e as sentinelas da luz mergulhadas no sonho da negligência.
* Vi a mulher como uma harpa divina na mão do homem que não sabia tocá-la, e só lhe ocasionava sons tristes e desafinados.
* Vi a liberdade caminhar solitária pelas vias públicas e em frente às portas, pedir agasalho e a humanidade repeli-la.
* Vi o absolutismo marchar com suntuoso aparato, e o povo chamar-lhe liberdade.
* Vi a religião sepultada nas dobras dos livros, e a superstição erguida em seu lugar.
* Vi o homem revestir a paciência, como covardia, e designar como indolência a resignação.
* Vi o intruso no festim da civilidade a tagarelar, e os convidados calados.
* Vi o dinheiro na mão do extravagante como instrumento do seu mal, - na mão do usurário motivo de seu desprezo, - porém na mão do filosofo não vi dinheiro algum.
Depois de ver tudo isso gritei condoído dessa visão: "- Essa é a terra dos filhos de Deus, e esse é o homem?"
Respondeu-me calma e pesarosa: Este é o caminho da Alma, atapetado de espinhos."
"Essa é a sombra do homem."
Essa é a noite, mas a aurora virá."
Depois deitou suas mãos em meus olhos, e quando retirou-as vi-me com minha mocidade, caminhando devagar - e a esperança correndo na minha frente.
@KalilGibran
Caminhava eu e a minha mocidade, chegamos num campo longínquo de arvores frondosas, mas defolhadas - Perguntei a minha mocidade: Onde estamos? Por acaso seria esse o campo das admirações? Vamos embora pq a solidão desse lugar enche min'alma de medo e entristecem o meu semblante.
Respondeu-me: - "Espera, da admiração nasce a sabedoria."
Olhei e vi uma fada que se aproximou de nós, como uma sombra.
-Quem é esta?
-"Essa é Melpomenee a filha de Zeus e a deusa da Tragédia."
-"O que quer de mim a tristeza, estando tu comigo óh mocidade alegre?"
-"Veio para te mostrar a terra e suas tristezas, pq quem nunca viu as tristezas, não reconhecerá as alegrias."
Deitou a fada suas mãos em meus ombros e quando levantou-as estava separado de minha mocidade e nu das vestes da matéria.
-Onde está a minha mocidade, ó filha dos deuses? Interroguei-a.
Não me respondeu, porém colheu-me em suas asas e voou para uma elevada montanha.
De lá vi a terra e tudo que nela continha, estendido na minha frente como uma folha de jornal e os segredos de seus habitantes visíveis como linhas traçadas.
Parei envergonhado ao lado da fada, observando os segredos dos homens e decifrando os prospectos da vida.
Vi e desejaria não ter visto...
* Vi anjos da felicidade em guerra com Lúcifer da desgraça, e o homem entre eles em meditação, pendendo uma vez para esperança e outras para o desespero.
* Vi o Amor e o Ódio brincarem com o coração humano, o amor encobrindo os defeitos e o ódio cegando a verdade.
* Vi a cidade sentada, como a filha do plebeu e agarrada à capa do homem - após vi a natureza parada de longe chorando.
* Vi os eclesiásticos raivosos como raposas, os Messias mentirosos seduzirem almas, o homem gritar pedindo socorro à sapiência e ela, enraivecida, desdenhar dele, porque ele não quis ouvi-la quando em segredo ela o chamou.
* Vi noviços dirigirem repetidamente olhares para o céu, e seus corações enterrados no túmulo das ambições.
* Vi jovens gracejarem nas linguagens, e se aproximarem esperançosos dos desejos sensuais, longe estando das suas divinizações e suas sensibilidades ainda dormiam.
* Vi homens da lei negociarem a conversação no mercado da hipocrisia, e os médicos brincarem com a vida dos simples e confiantes.
* Vi o ignorante narrar o intelectual erguendo seu passado ao trono da glória, elogiar o seu presente, e eleger para o seu futuro o leito da pujança.
* Vi os pobres e humildes plantarem, - os ricos e fortes ceifarem e comerem, e a JUSTIÇA imóvel, e povo aclamar " A LEI".
*Vi os gatunos das trevas roubarem os tesouros intelectuais, e as sentinelas da luz mergulhadas no sonho da negligência.
* Vi a mulher como uma harpa divina na mão do homem que não sabia tocá-la, e só lhe ocasionava sons tristes e desafinados.
* Vi a liberdade caminhar solitária pelas vias públicas e em frente às portas, pedir agasalho e a humanidade repeli-la.
* Vi o absolutismo marchar com suntuoso aparato, e o povo chamar-lhe liberdade.
* Vi a religião sepultada nas dobras dos livros, e a superstição erguida em seu lugar.
* Vi o homem revestir a paciência, como covardia, e designar como indolência a resignação.
* Vi o intruso no festim da civilidade a tagarelar, e os convidados calados.
* Vi o dinheiro na mão do extravagante como instrumento do seu mal, - na mão do usurário motivo de seu desprezo, - porém na mão do filosofo não vi dinheiro algum.
Depois de ver tudo isso gritei condoído dessa visão: "- Essa é a terra dos filhos de Deus, e esse é o homem?"
Respondeu-me calma e pesarosa: Este é o caminho da Alma, atapetado de espinhos."
"Essa é a sombra do homem."
Essa é a noite, mas a aurora virá."
Depois deitou suas mãos em meus olhos, e quando retirou-as vi-me com minha mocidade, caminhando devagar - e a esperança correndo na minha frente.
@KalilGibran