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«Era um dia um velho rei,
— Cabeça branca, alma sem chama—
     Era um dia um velho rei
Que casou com uma jovem dama.»

     «E era um pajem timorato
— Cabeça loira, alma de chama —
     Que levava em aparato
A longa cauda dessa dama.»

«Conheces a velha canção
        Cuja ária de angústia chora?
Amaram-se: o veneno, então,
      Fê-los morrer na mesma hora.»

Alphonsus de Guimaraes, Nova Primavera, Canto XXIX.
«Foi com o coração oprimido que me abstive, durante anos, de publicar este livro, já há muito concluído: o dever perante os vivos prevalecia sobre o dever perante os mortos. Agora, porém, que as forças de segurança do estado dele se apoderaram, nada mais me resta a fazer se não publicá-lo imediatamente.»

«Dedico este livro a todos aqueles a quem a vida não bastou para relatar. Que eles me perdoem não ter visto tudo, não ter recordado tudo, não ter percebido tudo»

Alexandre Soljénistsin.
Forwarded from AMIGOS DA PÁTRIA
"Percorrendo as páginas desse livro, eu me lembrava do alto conceito que da sua missão de escritores haviam tido muitos autores brasileiros, como Lima Barreto, Graciliano Ramos, Otávio de Faria e tantos outros. Tudo isso havia se perdido, e era ridículo esperar que sem reconquista da inteligência, tomada na sua mais alta Expressão, fosse possível atacar com proveito quaisquer problemas práticos da vida social e econômica brasileira. Seria como esperar que um homem imbecilizado pelo vício das drogas restaurações a sua vida normal primeiro para tornar-se inteligente depois. A expressão "colocar o carro diante dos bois" não descreve corretamente a loucura dessa expectativa. O que aparecia nos debates público brasileiros, com seu praticismo imediatista, era a esperança de que o carro saísse correndo no encalço dos bois para atrelá-los a si mesmo."

Olavo de Carvalho, prefácio brasileiro da "Vida intelectual" de A.D. Sertillanges.
«Você quer produzir uma obra intelectual? Comece criando em si mesmo uma zona de silêncio, um hábito de recolhimento, uma vontade de despojamento, de desapego, que o torna inteiramente disponível para essa obra; adquira esse estado de alma, insento do peso do desejo e da vontade própria, que é o estado de graça do intelectual. Sem isso, você não fará nada; em todo caso não fará nada de valor.»

A.D. Sertillanges, A Vida Intelectual.
Só se morre feliz se morrer unido a Cristo. 

Feliz domingo da Ascenção e feliz mês do sagrado coração!
«Para resumir, não é que os judeus sejam traidores, mas sim que os traidores são os judeus.»

G.K. Chesterton, Two Cranks and a Cosmopolitan, 1916.
«Sendo o israelita internacional, é quase inevitável que o mal israelita seja o mal internacional: o espião, o vendedor de segredos, o manipulador de guerras cruéis.»

G.K. Chesterton.
«Por isso vos afirmo que o Reino de Deus vos será tirado e confiado a um povo que o fará produzir seus frutos.»

São Mateus 21:43.
«Supõe-se que, se uma coisa continua a se repetir, é, provavelmente, uma coisa morta - uma peça de museu. Julga-se que, se o Universo fosse pessoal, variaria; se o Sol fosse vivo, dançaria. Ora, isto é um engano até no que diz respeito a fatos conhecidos, porque a variação, no que concerne ao homem, é geralmente produzida não pela vida, mas pela morte, isto é, pelo enfraquecimento ou pela interrupção da sua força ou desejo. Um homem varia os seus movimentos devido a algum tênue elemento de fracasso ou fadiga. Ele entra em um ônibus porque está cansado de andar, ou passeia porque está cansado de estar quieto. Mas, se a vida e a alegria fossem tão descomunais que ele nunca se cansasse de ir a Islington, podia fazer esse trajeto tão regularmente como o Tâmisa vai para Sheerness. A própria velocidade e êxtase da sua vida teriam a quietude da morte.

O Sol ergue-se todas as manhãs. Eu não me levanto todas as manhãs, mas essa variação se deve não à minha atividade, mas à minha inatividade. Ora, utilizando uma frase popular, pode ser que o Sol se levante todas as manhãs porque nunca se cansa de levantar-se. Pode ser que a sua rotina se deva não à falta de vida, mas, sim, a uma torrente de vida. O que quero dizer pode ser observado, por exemplo, nas crianças, quando encontram algum jogo ou brincadeira da qual especialmente gostam. Uma criança balança ritmicamente as pernas devido a excesso e não à ausência de vida. As crianças são dotadas de abundante vitalidade, são essencialmente impetuosas e livres e, por isso, querem as coisas repetidas e inalteradas. É por isso que dizem "de novo", e o adulto repete-lhe a mesma coisa até quase cair morto. Os adultos não são suficientemente fortes para exultarem na monotonia, mas talvez Deus seja suficientemente forte para isso. É possível que Deus diga ao Sol, todas as manhãs: "de novo", e diga à Lua, todas as noites: "outra vez". Pode ser que não seja uma necessidade automática que faz todas as margaridas iguais; talvez Deus faça cada uma separadamente, sem que nunca se sinta cansado de fazê-las. Pode ser que Ele sinta em Si o eterno apetite da infância; pois nós pecamos e envelhecemos, ao passo que o Nosso Pai é mais jovem do que nós. A repetição na Natureza pode não ser uma simples recorrência: pode ser um encore de teatro. O Céu pode ter pedido "bis" ao pássaro que pôs um ovo. Se o ser humano concebe e dá à luz uma criança, em vez de gerar um peixe, um morcego ou um grifo, a razão talvez não seja por estarmos condenados a um destino animal sem vida ou finalidade. Pode até ser que a nossa pequena tragédia tenha impressionado os deuses, que estes a admirem lá do alto das suas galerias estelares e que, no fim da representação de cada drama humano, o homem seja chamado repetidas vezes à cena. E esta repetição poderá continuar por milhares de anos, por mera escolha, e em qualquer instante poderá cessar. Os homens podem permanecer na Terra durante gerações seguidas e, no entanto, cada nascimento poderá, positivamente, ser a sua última aparição.

Esta foi a minha primeira convicção, gerada pelo embate das minhas emoções infantis contra o credo moderno em meio da sua carreira. Tive sempre a vaga impressão de que os fatos eram milagres, no sentido de que eram prodigiosos: agora comecei a considerá-los milagres no sentido, mais restrito, de que eram premeditados. Quero com isso dizer que eles eram, ou podiam ser, exercícios repetidos de alguma vontade. Em resumo: sempre acreditei que o mundo envolvia certa mágica, e agora penso que ele talvez envolva um mágico. Isso causa uma profunda impressão, sempre presente e subconsciente: o nosso mundo tem algum objetivo; logo, se há um objetivo, há um agente. Primeiramente, sempre considerei a vida uma história e, se há uma história, tem de haver um narrador.»

G.K. Chesterton, Cap. III, Ortodoxia.
Da diferença de um filósofo e de um pedante.

«O problema com os estudantes universitários de filosofia é que invertem o conselho do Eric Voegelin: estudam "filosofia", não a realidade.

Aristóteles nunca estudou filosofia aristotélica. Estava ocupado observando a vida dos animais, lendo as constituições dos outros países, ouvindo os poetas e assim por diante.

Estudar "o pensamento" de um filósofo em vez das coisas e assuntos que ele estudou é desrespeitá-lo por completo, fazendo dele um objeto de curiosidade em vez de um guia para o conhecimento do mundo real.»

Olavo de Carvalho, via Facebook.
Mas o torneio, no início,
ainda sem tanto artifício,
não contava com Lancelot.
Mas quando ele enfim chegou,
o arauto, sem se conter,
gritou alto, a responder:
— “Esse vai botar respeito!
Chegou o dono do feito!”

Perguntaram: “Quem seria?”
Mas ele nada dizia.
Contudo, ao entrar no combate,
foi vinte homens num embate.
Lutava com tal beleza
que ofuscava a nobreza
dos demais — ninguém olhava
outro mais, só admirava.

No campo de Pomelegoi
lutava um nobre, sem dó:
um cavaleiro valente
com um corcel reluzente,
saltava como cervo ágil,
corria em passo tão frágil
quanto o vento, em disparada.
Filho de rei — nada errada
sua arte na esgrima fina…

Mas o cavaleiro estranho,
de armadura tão divina,
valia por quatro iguais.
“Quem será esse rapaz
que nos deixa sem palavras
com tais golpes e manobras?”


Lancelot, Le Chevalier de la Charrette, Chrétien de Troyes, século XII.
Evita ser tido, senhor,
por ciumento ou recuado.
Não hesites! Vem ao prado,
mostra força e valentia,
luta mesmo em agonia.
Quem só sonha, e não combate,
vive em sombras — nada abate.
Portanto, sem mais demora,
vem comigo, sem demora!


Yvain, Le Chevalier au Lion, Chrétien de Troyes, século XII.
Ao fim da semana, o rei ficou
o tempo que bem desejou,
e ao partir, já preparava
a jornada que o aguardava.
Durante os dias que ali passou,
a corte inteira suplicou
ao nobre senhor Yvain
que se unisse a eles também.
Disse então o senhor Gawain:

— "O quê? Vais tu fazer o mesmo
que tantos fazem sem apreço,
que ao casar-se, sem razão,
perdem força e coração?
Vergonha, por Santa Maria,
aos que ao casar, perdem valia!
Um homem deve, ao se unir,
uma vida melhor seguir.
Com dama ou com senhora bela,
só é digno o que por ela
mantém honra e valentia.
Pois perder sua ousadia
e ainda pretender seu amor
é negar-se ao próprio valor.

Não quereria, por ventura,
ela negar-te ternura,
ao ver que em vez de um senhor
se tornaste homem menor?
Não se pode a dama culpar
se deixa de te estimar.
Preserva teu bom renome!
Lança fora o freio, o nome
de cativo ou caseiro vil —
vem aos torneios, com perfil
de quem combate sem temor!
Evita ser tido, senhor,
por ciumento ou recuado.
Não hesites! Vem ao prado,
mostra força e valentia,
luta mesmo em agonia.
Quem só sonha, e não combate,
vive em sombras — nada abate.
Portanto, sem mais demora,
vem comigo, sem demora!

Meu bom amigo, é teu dever
fazer nossa amizade viver.
Se for rompida, será por ti,
pois por mim nunca terá fim.
Não entendo como um homem quer
uma vida só de prazer.
Pois é no atraso, meu irmão,
que cresce a doce emoção.
O gozo adiado é mais forte,
tal qual lenha verde que corte
tarda a acender, mas quando arde,
dura mais, e queima em alarde.

É fácil fazer maus costumes
que depois não há quem assuma.
E romper com eles, enfim,
é difícil, quase sem fim.
Mas digo isso, camarada,
sem censura enraivecida:
por Deus e os santos do céu,
deixaria — com gosto cruel —
o amor mais lindo que houvesse,
se eu amasse como tu, em prece."


Yvain, Le Chevalier au Lion, Chrétien de Troyes, século XII.
2025/10/27 10:00:17
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